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Projeto de doutoramento: Gestão de projetos de design integral: a Abordagem Pulse e as sabedorias ancestrais de comunidades Suis do Brasil e Portugal
Referência: 2020.05058.BD; DOI 10.54499/2020.05058.BD; https://doi.org/10.54499/2020.05058.BD
Orientação: Teresa Franqueira (DeCA); Co-orientadores: Heitor Alvelos (FBAUP), Cristina Parente (IS-UP)
Cronograma: dezembro 2020- dezembro 2024
Resumo: Esta pesquisa foca na gestão de projeto em design, área que atualmente não reconhece suficientemente dimensões de espiritualidade. Propõe-se que a dimensão espiritual seja uma componente fundamental de uma estratégia de gestão de projetos de design que se pretende ser integral, i.e., sistêmica, que reconhece a espiritualidade numa visão desfragmentada e contemporânea. Até o momento, não se identificou a existência de abordagens de gestão de projetos de design integral com referências de comunidades ‘Suis’ do Brasil e Portugal.
Diante das diversas crises humanitárias, ressalta-se a importância da aprendizagem com os modos de ser, olhar, saber e fazer de comunidades ‘Suis’, i.e., marginalizadas do sistema capitalista que salvaguardam os seres terrestres e o planeta. É essencial considerar o design guiado pela espiritualidade de comunidades ‘Suis’ - aqui entendida como filosofias das sabedorias ancestrais -, e como meio, potencializador de processos e abordagens transformadores para recuperação, florescimento e continuidade da vida.
O estudo buscou identificar como uma abordagem de gestão de projetos de design integral fundamentada nas filosofias de sabedorias ancestrais de comunidades ‘Suis’ do Brasil e Portugal pode potencializar processos e abordagens transformadores.
Seguindo uma abordagem indutiva, eminentemente qualitativa, exploratória e intuitiva, o trabalho no terreno foi realizado em formatos etnográfico e autoetnográfico online e presencial, por meio de uma abordagem de design social transformador, com 3 comunidades ‘Suis’ do Brasil e Portugal que possuem práticas de gestão de projetos de design orientadas pela espiritualidade.
Primeiramente construiu-se a Abordagem Pulse, e posteriormente a mesma foi implementada,fundamentada nas filosofias das sabedorias ancestrais de comunidades de matriz africana das Ialodês e quilombola do Brasil, e do ciclo do linho de Portugal. A proposta é fundada nos pensamentos de Mãe Beata de Yemonjá (Costa, 2000, 2002, 2017), Bispo dos Santos (2015, 2018, 2019, 2023), Steiner (1962), Buber (1923), Osho (Jain, 2012) e Escobar (2016, 2018, 2020), e ancorada em 13 componentes de espiritualidade principais e comuns identificadas nas atividades das 3 comunidades que colaboram com o nosso estudo, a saber: o presente (o aqui e o agora), a presença, a circularidade (giro, roda, organicidade), a interdependência à tudo que existe, a relacionalidade, o amor, o afeto, o cuidado, o feminino, o matriarcado, a ética, a intuição e a ancestralidade. A ferramenta integra também 2 dinâmicas sensoriais baseadas nas filosofias das sabedorias ancestrais do ciclo do linho de Castelões (Portugal) e quilombola de Conceição das Crioulas (Brasil).
A implementação permitiu concluir que a Abordagem Pulse contribui para o desenvolvimento e transformação pessoal e coletiva; elaboração de planejamentos estratégicos; criação, implementação e gestão de projetos, processos e abordagens transformadores; e pode complementar outros métodos e ferramentas de gestão de projetos de design, e/ou de gestão para os fins supracitados.
Palavras-chave: Gestão de Projetos de Design; Design e Espiritualidade; Comunidades Suis; Inovação Social Transformadora; Design para Transições; Decolonização do Design; Futuro da Educação do Design.
Beneficiários finais/população-alvo: Academia, empresas, governos, organizações não-governamentais e sociedade civil: nacionais e internacionais.